Cada vez que conversamos, contamos anedotas, interagimos, utilizamos representações sociais. Não há tempo, nem paciência, nem necessidade, nem conhecimento para o debate científico, exceptuando alguns casos muito raros.
Diferença entre o Paraíso e o Inferno
O Paraíso é aquele lugar onde o humor é britânico, os cozinheiros são franceses, os mecânicos são alemães, os amantes são portugueses e tudo é organizado pelos suíços.
O Inferno é aquele lugar onde o humor é alemão, os cozinheiros são britânicos, os mecânicos são franceses, os amantes são suíços e tudo é organizado pelos portugueses...
A realidade acessível aos agentes resulta tanto da própria realidade quanto das representações sociais que têm da mesma. Estas podem ser definidas como modalidades de conhecimento prático, socialmente elaboradas e partilhadas. Constituem, simultaneamente, sistemas de interpretação e categorização do real e modelos ou guias de acção pelos quais os agentes se conduzem, dotando as suas acções de um sentido intentado. Por exemplo, no quotidiano escolar, é comum todos os agentes se entenderem em torno da lei de ouro do trabalho escolar: só uma alteração de atitudes, métodos de trabalho, etc., garantiriam melhores resultados (Neto, 2005:55). O actual Ministro da Educação mostrou numa entrevista que também pensa seguindo o esquema desta representação. Esta regra nunca foi demonstrada, mas é tacitamente aceite por todos. Quem não a aceitar arrisca-se a ser classificado como preguiçoso, ou pior ainda, como estúpido! A crescente diversidade cultural dos estudantes tem sido suficiente para demonstrar que mais trabalho nem sempre se traduz numa maior classificação, tendo forçado a criação de cursos onde a escala quantitativa diferenciadora de 0 a 20 foi substituída por uma escala qualitativa homogeneizadora. Observe-se que frequentemente quem escreve sobre a escola, e se propõe dar dicas aos estudantes, se fundamenta na sua experiência de vida como universo de referência. Leia-se a título de exemplo a entrevista concedida por Jorge Rio Cardoso ao Meia-Hora. 0. Aponta algumas das representações sociais utilizadas na anedota. Justifica a sua utilidade no diálogo quotidiano. 1. Identifique na entrevista expressões que permitam concluir que o autor defende a lei de ouro do trabalho escolar. 2. “Não há uma “regra de ouro” para se ser bom aluno: tudo depende das características de cada um”. Justifique a inexistência da referida “regra de ouro”, observando que o próprio conceito de "bom aluno" difere nas expectativas dos diferentes estratos sociais. 3. O lazer e o trabalho utilizam hoje as mesmas ferramentas. O autor entende que “talvez seja mais positivo tentar aproveitá-las como elementos de estudo”. 3.1. Justifique as dúvidas do autor. 3.2. Defenda a utilização educativa das referidas ferramentas. 4. O que consideramos importante depende em grande parte das nossas representações, designadamente (1) das concepções dominantes, (2) do senso comum, e (3) da experiência pessoal. 4.1. Identifique as áreas de política educativa consideradas importantes pelo autor. 4.2. Classifique as áreas indicadas pelo autor utilizando as categorias apresentadas no ponto 4. 5. “Há uma maioria preguiçosa entre o universo estudantil nacional”. 5.1. Justifique o ponto de vista do autor. 5.2. Atendendo a que os estudos superiores deixaram de garantir emprego,compare a motivação instrumental do ensino na geração do autor com a da geração do seu filho. 5.3. Mostre que estudar por prazer intelectual conduz a objectivos mais ambiciosos do que a procura do ensino por motivos instrumentais. 6. “Há que encarar o resto da vida com alegria...” 6.1.Justifique a atitude que muitos alunos que se fingem “preguiçosos” simplesmente para se subtraírem ao arbítrio dos julgamentos professorais, e afirmarem a sua vida para além da escola.
Núcleo Gerador: Saberes Fundamentais Dimensões das Competências: Social Domínios de Referência: DR1 – Contexto privado Elementos de Complexidade: Tipo I, II e III