quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ciberdemocratização - As inequidades reais resultantes do Mundo virtual da Internet

Leitura de um texto de Philippe Perrenoud.



As NTIC? Poderá inconscientemente esta sigla triunfante designar as “Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação”? Serão elas também, os Novos Tipos de Inequidades Culturais?

O Mundo muda, os recursos materiais e intelectuais com os quais precisamos de viver, agir, captar para a realização dos nossos projectos renovam-se, ao sabor das mudanças tecnológicas. Muda também, agora, o padrão das inequidades culturais que condicionam o acesso aos recursos. No campo da comunicação, a emergência da escrita, depois da invenção da imprensa, actualizou a nossa perspectiva do Mundo; mais tarde, o telefone, a radio, o cinema, depois a televisão e o vídeo fizeram-no à sua medida. Hoje, o multimédia, as redes mundiais, a realidade virtual, e mais banalmente o conjunto das ferramentas informáticas e telemáticas parecem transformar a nossa paisagem, as relações sociais e os modos de trabalhar, de se informar, de se formar, de se distrair, de consumir, e mais basicamente ainda de se expressar, de escrever, de entrar em contacto, de consultar, de decidir, e pouco a pouco, talvez o modo de pensar. Pierre Lévy (1997) não teme associar estas mutações a uma incipiente cibercultura que já se instalou.

A Escola não pode ser pensada afastada destas transformações. Não faltam os espíritos não totalmente desinteressados, para a incitar a juntar-se à “revolução numérica”. O meu propósito não é combater esta mensagem, mas somente a parte do mito libertador e igualitário frequentemente veiculado: a alienação e as desigualdades intelectuais e culturais manifestam-se diferentemente utilizando as novas tecnologias que utilizando o livro, mas elas não desaparecem como por magia, e podem mesmo agravar-se temporariamente, ou mesmo duradouramente se não forem tomadas em consideração.


1. A Escola face às NTIC
2. A desigualdade frente às ferramentas
3. A desigualdade frente à abstracção
4. Cidadania e redes


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1. Desenvolva dois aspectos referidos no ponto 4.1. A Escola face às TIC.

2. Refira os recursos intelectuais clássicos que “fazem a diferença” na generalidade das tarefas escolares. (ponto 4.3.)

3. Mostre que o papel da Escola é relativamente mais complexo quando pretende oferecer aos indivíduos (1) idênticas oportunidades de utilização da Internet (ponto 4.3.) do que simplesmente (2) idênticas oportunidades de acesso à rede (ponto 4.2.)

4. Discuta a possibilidade da Internet favorecer os melhores estudantes.

5. “Ainda é necessário saber-se se servem [os computadores] para desenvolver competências, suscitar projectos, criar situações problemáticas, avaliar de um modo formativo, regular em função de objectivos claros e realistas (...)”.
Justifique as dúvidas de Perrenoud quanto às potencialidades educativas dos computadores.

6. A arquitectura da Internet foi discutida a nível mundial ou foi imposta a todo o mundo pelos peritos? (http://www.w3.org/) Justifique tendo em consideração as características da modernidade.

7. Que papel atribui Perrenoud à Escola, num mundo onde o poder se encontra tão inequitativamente distribuído?



Núcleo Gerador: Redes de Informação e Comunicação
Dimensões das Competências: Sociedade
Domínios de Referência: DR2/DR4 – Computador/Internet
Elementos de Complexidade: Tipo I, II e III