sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Referencial de Formação STC_4


Relações Económicas


Resultados de Aprendizagem
  • Organiza orçamentos familiares, tendo em conta a influência dos impostos e os produtos e serviços financeiros disponíveis.
  • Aplica princípios de gestão de recursos na compreensão e melhoria do funcionamento de organizações produtivas (públicas ou privadas).
  • Perspectiva a influência dos sistemas monetários e financeiros na economia e na sociedade.
  • Compreende os impactos dos desenvolvimentos sociais, tecnológicos e científicos, nos usos e gestão do tempo.


Conteúdos

Dimensão socio-antropológica da organização das actividades produtivas e sua relação com as estruturas culturais
Conceitos-chave: família, unidade de produção, unidade de consumo, modo de produção, matriz cultural, tempo, modernidade.

  • Diferentes modelos de família, enquanto unidade de produção e de consumo, bem como os seus referentes históricos e culturais
  • Relação dos modos de produção com as estruturas e dinâmicas familiares em sociedades e épocas distintas
  • Matrizes culturais que permitem (e condicionam) o desenvolvimento dos sistemas económicos
  • O tempo enquanto construção social: a transformação radical da sua representação associada ao advento da modernidade


Dimensão económica das organizações produtivas e das sociedades
Conceitos-chave: consumo, poupança, rendimento, coeficiente orçamental, produtividade marginal, economia de escala, moeda, custo de produção.
  • O consumo e a poupança enquanto actos (económicos e sociais) de utilização dos rendimentos, reconhecendo diferentes tipos de consumo e de poupança nas sociedades contemporâneas
  • Evolução dos coeficientes orçamentais, relativamente à evolução dos níveis de rendimento
  • Cálculo dos valores relativos à evolução da produção total e da produtividade marginal, em função das variações do factor trabalho
  • Definição de economias de escala, explicitando-se os factores que as podem originar ou bloquear
  • A importância da moeda no desenvolvimento económico, relacionando a evolução tecnológica com o processo de desmaterialização da moeda
  • Distintos custos de produção, incluindo a variável tempo e explorando situações para os optimizar


Técnicas contabilísticas elementares para a gestão de unidades produtivas e de agrupamentos familiares
Conceitos-chave: folha de cálculo, balanço contabilístico, activo, passivo, capital próprio, elemento patrimonial, dinâmica patrimonial, gestão sustentável.
  • Elaboração de folhas de cálculo, utilizando fórmulas na resolução de operações fundamentais da área económico-financeira
  • Estrutura de um balanço: distinção entre activo, passivo e capital próprio, bem como entre os variados elementos patrimoniais
  • A dinâmica patrimonial, a partir da elaboração de balanços sucessivos
  • Distinção entre balanço inicial e final e desenvolvimento de modelos de previsão/simulação, com vários cenários, orientados para uma gestão sustentável


Conteúdos matemáticos fundamentais para a gestão corrente de unidades produtivas e seu crescimento sustentável
Conceitos-chave: decisão optimal, função, taxa de variação instantânea, taxa de variação média, programação linear.
  • Contributo da matemática para a tomada de decisões optimais, assim como as suas limitações
  • Utilização de estudos gráfico, numérico e analítico de funções no cálculo da relação receitas/despesas, ao longo do tempo
  • Conceitos de taxa de variação instantânea e taxa de variação média num intervalo
  • Resolução numérica, graficamente e com recurso a programas computacionais (na folha de cálculo) de problemas de programação linear


Áreas do Saber: Economia, Contabilidade, Antropologia, Matemática.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Exemplo de comentário: Número de condenados e arguidos

A observação do número de condenados e arguidos serve de indicador do nível de conflitualidade na sociedade portuguesa.

Observando o gráfico verifica-se uma redução quer dos arguidos, quer dos condenados de 1960 a 1974. Recordando que 1960 correspondeu ao recrudescimento da mobilização militar para o Ultramar e simultaneamente a uma aceleração da emigração para a Europa, factores que justificam a redução da importância da população activa, aqui teremos explicações para a redução do número dos arguidos e dos condenados.

Após 1975 estes números sobem, particularmente no que diz respeito aos arguidos. A desmobilização militar, o regresso de meio milhão de retornados, a expulsão dos emigrantes portugueses dos países europeus onde se encontravam na sequência do 1º choque petrolífero (1973) e o facto de Portugal se ter tornado um destino de imigrantes nas décadas de 80 e 90, bem como o aumento da literacia e a maior consciência cívica terão levado mais portugueses a procurar resolver os seus conflitos na Justiça. A discrepância entre o número de arguidos e o número de condenados evidencia a lentidão da máquina judicial.

Tendo em consideração que Portugal seria culturalmente bastante homogéneo em 1960, seria aceitável uma maior litigância hoje perante a diversidade de culturas, mas os processos que entram em tribunal e simplesmente prescrevem porque foram ultrapassados todos os prazos constitui por si a mais grave negação da justiça.

As tecnologias da informação não estão ainda integradas no ambiente de trabalho dos juízes, que vivem atafulhados em papelada, mas por exemplo, a banalização de minutas modelo de reclamação pela Internet já permite a pessoas com poucos conhecimentos de Direito o exercício dos seus direitos de cidadania, o que por si é outro factor que faz subir os indicadores de litigância.



A população encarcerada em Portugal situa-se um pouco abaixo da média da OCDE. Porém, devemos observar que o valor médio não é muito exigente, porque alguns países têm elevado número de prisioneiros por motivos políticos: Estados Unidos, Federação Russa, África do Sul e Chile. A generalidade dos países desenvolvidos tem menos população encarcerada que Portugal, gerindo o seu sistema de justiça como maior eficiência, porque não necessitam tanto de prisões.

Este comentário poderá ser melhorado com recurso a dados mais actualizados.

Dados Utilizados: Tabela 9.09 da Situação Social em Portugal, 60-99.

Ficheiro de trabalho Excel 2007 (Acesso reservado)

População encarcerada por 100.000 habitantes, OCDE FactBook 2008.

Ficheiro de trabalho do Excel 97 (Acesso reservado)